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A UFBA lamenta o falecimento de Haroldo Lima, vítima da Covid-19

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A Universidade Federal da Bahia lamenta o falecimento do político e engenheiro Haroldo Lima, aos 81 anos, vítima de complicações decorrentes da Covid-19. Baiano de Caetité, Haroldo Lima cursou engenharia elétrica na Escola Politécnica da UFBA entre 1958 e 1963, período em que participou intensamente do movimento estudantil, tendo integrado associações como a Juventude Universitária Católica (JUC), a União dos Estudantes da Bahia (UEB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Haroldo ajudou a fundar a Ação Popular (AP), organização política que reunia muitos militantes da juventude católica e, posteriormente, filia-se ao PCdoB, partido colocado na clandestinidade pela ditadura militar (1964-85).

Perseguido pelo regime militar por suas convicções e atuação política, Haroldo Lima teve participação estratégica em movimentos importantes da história política do país, como a Guerrilha do Araguaia. A perseguição levou-o a deixar o emprego na Companhia de Energia Elétrica do Estado da Bahia (Coelba) para, com a família, adotar identidade clandestina, até ser preso em 1976. Libertado somente em 1979, após a lei de anistia, Haroldo participou da reorganização do PCdoB na Bahia, ainda como parte do PMDB, partido cuja sessão baiana ajudou a fundar.

Em 1982, Haroldo Lima foi eleito deputado federal, cargo que exerceria por sucessivos mandatos - inclusive o de Constituinte, com destacada atuação - até 2003. Defensor de primeira hora da UFBA, aprovou emendas parlamentares que trouxeram recursos para a Universidade, aplicados em obras importantes, como a construção da antiga biblioteca Isaías Alves da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Foi ainda diretor da Agência Nacional do Petróleo entre 2005 e 2011, período marcado pela descoberta das reservas petrolíferas do pré-sal.

Em nota, o reitor João Carlos Salles definiu Haroldo Lima como "amigo único e raro, capaz de conciliar história e humanidade". E afirmou: "Está de luto a Universidade Federal da Bahia, que ele sempre defendeu e amou; e estão de luto, em um largo espectro de posições, todos os que lutam contra a exploração, todos os que defendem a democracia e a liberdade, todos os que defendem a vida e o conhecimento. Faleceu Haroldo Lima, vítima da Covid, em um dia que, indicam os números, chegamos à marca aterradora de 300 mil óbitos."