
Da esqueda para direita: Fábio Nascimento (CIENAM) e Raildo Fiuza Jr (Instituto de Química)
O Brasil está prestes a ter o seu primeiro equipamento de adsorção cíclica para captura de carbono (CO2). Quem garante é o professor Silvio Vieira de Melo, do Centro Interdisciplinar em Energia e Ambiente (CIENAM), da UFBA, e coordenador do projeto. Uma missão, composta pelo professor Raildo Fiuza Jr., do Instituto de Química, e pelo pesquisador Fábio Nascimento, do CIENAM, foi em outubro a Tianjin, na China, para acompanhar os testes finais do equipamento, cujo desenvolvimento é uma parceria da UFBA e a CNPC Brasil (China National Petroleum Corporation.
De acordo com o professor Silvio, o equipamento foi construído sob encomenda, respeitando todos os pré-requisitos de infraestrutura para a implantação do Laboratório de Captura de CO2 (LABCO2), no CIENAM. O financiamento é da CNPC e conta com o aval da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os testes foram feitos na fábrica da Advanced Measurement Instruments (AMI) e foi um sucesso. Adsorção é o uso de materiais sólidos que atraem e aprisionam as moléculas de CO2 em suas cavidades.
“Os testes do equipamento na AMI foram exitosos e em breve o equipamento estará chegando ao Brasil”, disse o professor, que se mostrou entusiasmado com a evolução do trabalho. Segundo ele, ainda há muito o que fazer, mas o LABCO2 será inaugurado ainda no primeiro semestre de 2026. “Sua instalação colocará a UFBA no mapa da transição energética, pois trata-se de um laboratório de nível mundial, organizado na forma de uma plataforma de suporte a diversos projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na área de captura de CO2,” enumera Silvio.
A primeira aplicação do sistema de adsorção cíclica ESA será a captura offshore de CO2 do gás associado, produzido nos campos de petróleo do pré-sal brasileiro, usando novos materiais adsorventes híbridos e sustentáveis, que vêm sendo desenvolvidos no Laboratório de Catálise e Materiais do Instituto de Química da UFBA, coordenado pelo professor Artur Mascarenhas.