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Seminário “Relendo Thales de Azevedo” seleciona comunicações na área das Ciências Humanas

Thales de Azevedo foi pesquisador e professor da UFBA

Está aberto o processo seletivo de comunicações para o Seminário “Relendo Thales de Azevedo", que será realizado em Salvador, entre 11 e 14 de novembro do ano de 2015, nas dependências da Academia de Letras da Bahia e no Convento de Santa Clara do Desterro, com a participação de diversas instituições, entre as quais oito universidades: Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Universidade Federal do Sul da Bahia, Universidade do Estado da Bahia, Universidade Estadual de Feira de Santana, Universidade Católica de Salvador, Universidade Estadual Santa Cruz e Universidade Estadual do Sudeste da Bahia.

Os resumos devem ser encaminhados até o 30 de setembro de 2015 para o e-mail: relendothalesdeazevedo@gmail.com, e não devem conter mais de 500 palavras. Até o final do mês de outubro, a Comissão Científica encaminhará e-mail aos selecionados informando sobre a aprovação de suas comunicações. Será cobrada taxa de inscrição no valor de R$ 100,00 para professores e pesquisadores seniores e R$ 50,00 para estudantes interessados em apresentar os trabalhos durante o evento.

A importância do historiador e antropólogo Thales de Azevedo para a cultura brasileira é amplamente reconhecida, não só na Bahia como em todo o país e mesmo no exterior em vista da atualidade dos temas por ele abordados. O Seminário constará de Mesas Redondas e Comunicações sobre tópicos relacionados com as Ciências Humanas. Serão aceitas comunicações sobre os seguintes temas:  História e Relações Raciais; Estado e Religião; Família; Corpo e Saúde; Antropologia do Cotidiano; Antropologia, Arte e Literatura.

A Comissão Científica será formada pelos professores Ordep Serra, Paulo Ormindo Azevedo, Núbia Rodrigues, Fernando Firmo, Cíntia Beatriz, Luís Antônio Cajazeira Ramos e Carlos Ribeiro. As comunicações apresentadas deverão constar dos Anais do Seminário “Relendo Thales de Azevedo”.

 

Thales de Azevedo

Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia (1922/27), Thales de Azevedo foi interno da Cadeira da Clínica Ginecológica do Prof. José Adeodato de Souza, na Enfermaria do Hospital Santa Isabel da Santa Casa de Misericórdia da Bahia. Atou como médico por mais de 40 anos, identidade profissional que foi acumulada, a partir de 1943, com a de professor universitário. 

Enquanto professor universitário, além de sua passagem pela Faculdade de Medicina da Bahia, como assistente dos cursos de Farmácia e Medicina (1936/37), liderou a criação da Escola de Serviço Social da Bahia (1944), unidade pioneira da Universidade Católica do Salvador, onde colaborou como professor até 1967, tendo sido seu diretor entre 1944/54.

Entre os marcos decisivos de sua dedicação ao ensino e à pesquisa está o convite de Isaias Alves para  integrar o corpo docente da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, criada em 1941, hoje Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde ensinou entre 1943/69. Devido à sua formação em medicina, Thales de Azevedo foi encarregado da 1ª Cadeira de Antropologia e Etnografia do Brasil da Faculdade de Filosofia, cuja matéria integrava-se aos currículos de Geografia e História e de Ciências Sociais. Nela, ele deveria cobrir temas de antropologia física ou biológica, mas enviesaria progressivamente para assuntos de antropologia social.

A partir de 1949, trabalhando com Anísio Teixeira, então Secretário de Educação e Saúde do Estado, Thales de Azevedo foi encarregado de dar apoio ao Programa de Pesquisas Sociais do Estado da Bahia – Columbia University (1950/53), do qual logo em seguida tornou-se coordenador, acompanhando seus desdobramentos em vários estágios posteriores de treinamento e orientação de estudantes americanos em estágio na Bahia, ainda por mais de duas décadas.

Como um dos fundadores e membro do Conselho Diretor da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia (1950/68), Thales de Azevedo teve um papel decisivo no apoio a projetos de pesquisa e na concessão de bolsas de estudo a pesquisadores. Em 1955/1956, voltou ao ensino em medicina, tornando-se Professor Conferencista da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Em seguida, quando primeiro dos Pró-reitores da Universidade Federal da Bahia, na qualidade de diretor do Departamento Cultural (1960/62), abriu a discussão entre o corpo docente sobre a reforma universitária, retomada quando diretor da Faculdade de Filosofia em 1964/68.