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Caminhada no Farol da Barra alerta sobre Hepatites Virais

Serviço do HUPES está à frente da atividade

 

 

Neste domingo (28/07), Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, o Serviço de Hepatologia do Complexo HUPES (Hospital das Clínicas - UFBA) realiza uma caminhada do Porto ao Farol da Barra, a partir das 9h com a participação de profissionais dos programas estaduais de Hepatites Virais / DST/Aids, Divep, Prefeitura Municipal de Salvador, Hospital Manoel Vitorino, Nucleo de doenças do Fígado do HUPES e a ONG Grupo Vontade de Viver. O evento pretende fazer um alerta para conscientizar a população na divulgação de sintomas e formas de manifestação, prevenção, além de orientação para tratamento.

O tratamento das hepatites virais crônicas é um grave problema de saúde pública hoje no Brasil e no Mundo. A demanda por recursos específicos para capacitação de equipes médicas e assistenciais, laboratórios centrais através de sofisticados testes de biologia molecular e oferta de medicamentos antivirais destinados ao tratamento das hepatites, requer grandes investimentos no setor público.

A organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 350 milhões de pessoas são portadores do vírus da Hepatite B e 200 milhões portam o vírus da hepatite C. Estas duas doenças são responsáveis, direta ou indiretamente,por mais de 1.000.000 de mortes/ano em todos os continentes.

No Brasil, as hepatites crônicas B e C infectam 3 milhões de brasileiros. São responsáveis por mais de 50% das indicações de transplante de fígado, cerca de 70% das indicações de biopsia de fígado e por mais de 70% dos casos de câncer de fígado.

A Hepatite B pode ser considerada uma doença sexualmente transmissível, mas também pode ser transmitida pelos compartilhamentos de instrumentos perfuro-cortantes ou de mãe para filho no período pré/pós-parto. Para a hepatite B temos vacina disponível no SUS para todos os cidadãos brasileiros com menos de 50 anos.

A hepatite C não é uma doença sexualmente transmissível, todavia pode ser raramente transmitida sexualmente, sobretudo quando se pratica sexo traumático. Alguns grupos específicos estão associados à transmissão dessa doença devido às práticas sexuais mais abrasivas e com risco de sangramento.

Estima-se que no Brasil que, para cada caso de hepatite C diagnosticado tenhamos de 50 a 100 casos não diagnosticados. São cerca de dois milhões de brasileiros infectados. Contudo, não mais do que cem mil encontram-se com diagnóstico definido em tratamento na rede.

O grande problema é identificar esses pacientes, uma vez que a doença é absolutamente silenciosa.

Assim sendo, deve fazer o teste de hepatite C todos os indivíduos com mais de 60 anos ou ainda aqueles abaixo dessa idade que se encontram no grupo de risco, pessoas que: fizeram transfusão sanguínea antes de 1994; têm tatuagem não vistoriada pela vigilância sanitária; fez uso de drogas venosas no passado; tomou injeções com seringa de vidro no passado, sobretudo as injeções endovenosas (glucoenergan, thiaminose, etc) e são profissionais da área de saúde.

No Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia, as ações na área de hepatologia melhoram o acesso dos portadores de doenças hepáticas em trabalho conjunto com a SESAB.  O atendimento ambulatorial para pacientes com hepatites conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais altamente qualificados (hepatologistas, cirurgiões, radiologistas, radiologistas intervencionistas, infectologistas, psiquiatras, dermatologista, farmacêuticos, biologistas molecular, enfermeiras e técnicos), tornando-se um serviço de referência no Estado, atendendo mais de 300 pacientes por semana.